segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A arte de Contar História

            Antes de qualquer coisa é importante que se saiba que um bom contador de história é aquele bom ouvinte, não adianta tentar contar uma boa história se você não sabe ouvir. O titulo do livro no qual me inspirei para escrever esse texto já diz isso com clareza: “Ouvidos dourados, a arte de ouvir as histórias (... para depois contá-las...)” de Jonas Ribeiro. Ter atenção, paciência na hora de ouvir é a melhor forma de se tornar um bom contador, afinal, se não se tem paciência para se ouvir uma história, não se terá para contá-la e nem para observar suas falhas.
            Existe na verdade técnicas que nos ajudam a por em prática o que estudamos. Conhecer bem a história que você vai contar é de uma enorme importância, porém não significa que a história precise está decorada em sua mente, usar sua forma de falar facilita inclusive a adaptação do texto ao grupo, se a história for decorada com tantos detalhes, ocorrerá que não vai haver uma adaptação se necessária.
            Uma boa história não pode ser contada apenas com palavras, seu corpo tem que falar, seu rosto, suas atitudes, na verdade, se a pessoa se entregar por inteira, o publico também se entrega, e torna a contação muito mais prazerosa para quem conta e para quem ouve.
            A maneira de falar tem que ser agradável, sem que a ouvinte se sinta incomodado com sua voz, além de saber as horas de modar o tom, o ritmo, acrescentar palavras e tira-las. É importante que o contador seja um amante da leitura, afinal um contador precisa ter um bom vocabulário e a forma mais comum de adquiri-lo é lendo, contador de história precisa gostar de ler.
            O silêncio também faz parte da história, é necessário saber as horas certas de dar pausa, de respirar, de fazem suspense, isso se aprende com a prática. Cada história tem seu ritmo, umas são mais lentas, outras mais rápidas, cabe ao contador saber dar ritmo a história, é necessário ter atenção. Pausas muito demoradas pode ser sinal de insegurança.

            O contador de história é um pouco ator, afinal ele precisa incorporar sua história, fazer parte dela, deixar que ela tome conta de nós. O corpo é fundamental na contação, gesticular, fazer cara de triste quando o ato é triste, ou de feliz quando o ato é feliz. Se estiver sentado os braços não param, se estiver em pé, o corpo não para. Você precisa se entregar por inteiro a história. Como diz Jonas Ribeiro em seu livro Ouvidos dourados: “... ou conta com gosto ou bico calado”.


Edição de texto: Raphael Lima