segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Contador (ator) de História

          Quando vamos contar alguma história para alguém fazemos caras e bocas, se a história for engraçada, contamos com um sorriso no rosto, se for triste fazemos biquinho e não conseguimos olhar nos olhos do outro, e se for empolgante, arregalamos nossos olhos e fazemos as pausas nas horas certas para que fique tão empolgante pra pessoa, como é para nós. Mas, porque não fazemos isso quando estamos Contando História fictícias? Bem, o contador de história tem que sem um pouco ator também, tem que dar emoção às suas histórias, seja ela triste ou feliz.


          A expressão do rosto deve ser usada em TODAS as contações, se a cena é feliz, fala sorrindo, se é triste, fala com voz triste, mas o corpo é indispensável principalmente nas contações quando não há acessórios, como fantoches, dedoches e aventais. O CORPO FALA!! Grite quando a chapeuzinho vermelho gritar: "socoooooorro". Faça cara de medo quando o porquinho está fugindo do lobo mal e principalmente, mude a voz quando for falar pelo personagem. Como você não tem acessórios,se você não fizer isso vai ficar difícil de identificar o personagem! Outra boa ideia para quem vai contar história sem usar acessórios é da pausas nas horas chaves, para que ocorra um suspense: "E de repente (para, olha para os ouvintes por uns 3 segundos), um lenhador entra pela janela e salva a chapeuzinho e sua vovozinha."
          É isso aí, boa sorte com a interpretação!! =)

Edição de texto: Raphael Lima

domingo, 20 de novembro de 2011

Professor de História ou Contador de História?

          Você lembra do (a) seu (sua) professor (a) de história da escola lhe dando aula? Como era a aula dele (a)? Você ficava doido pra saber o final da história? Provavelmente a sua resposta é NÃO, não lembro, a aula era "u ó" ou eu odeio história graças a ele (a). É triste, mas essa é a grande realidade, nós, professores de história, não estamos acostumados a contar história dos livros didáticos com tanta emoção quanto contaríamos a dos livros de fantasia, isso, porque também aprendemos assim. Mas a pergunta é: "Qual a diferença?" NENHUMA!! As histórias contadas nas salas de aula também podem ser muito divertidas, o que não significa que não vão fazer os alunos aprenderem, muito pelo contrário, os alunos aprendem muito mais com aquilo que eles gostam. Então que tal pensar em uma aula bem diferente? Vamos às dicas:
  1. Pra quem tem talento com os desenhos o quadro pode ser um grande aliado. A história pode ser toda ilustrada com desenhos feitos pelo professor (a).
  2. Pra quem como eu não tem muitos talentos manuais, pode levar acessórios para sala de aula e usar os alunos como personagens da história, mas é bom ter cuidado, dependendo da idade dos alunos pode dar confusão, muitos quererem o mesmo papel. Mesmo assim, os acessórios podem tornar a aula uma grande brincadeira e uma forma até engraçada de aprender.
  3. Se a turma for muito grande, ou não rolar acessórios, a solução é partir pro corpo, nosso corpo também fala e nossos gestos podem ser grandes aliados na hora de contar uma história. Nada de ficar encostado (a) no birô, ou mantendo a voz sempre no mesmo tom, nesse caso você tem que se mexer, andar a sala toda se possível e aumentar ou baixar o tom quando necessário. Bem, mas esses toques sobre contar história com o corpo, fica para uma outra postagem! ;)
Edição de Texto: Raphael Lima

sábado, 12 de novembro de 2011

Fliporto também é lugar para ouvir histórias


           A VII Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que começou ontem e irá até o dia 15 de Novembro (terça-feira), também tem um espaço reservado para Contação de História. a Fliporto criou um espaço chamado "Fliporto Criança" que é a parte infantil da festa, esse ano como a Fliporto acontece em Olinda, o espaço criado para os pequenos leitores fica numa tenda montada na Praça do Carmo.
          Esse espaço está reservado para quem gosta de ouvir histórias infantis e é também um ótimo momento para despertar a leitura das crianças. O homenageado da Fliporto Criança é Malba Tahan, um autor que na verdade se chamava Júlio César, um professor de matemática que usava um pseudônimo nas assinatura dos livros. Seus livros eram sempre ligado ao Oriente e à Matemática. Por causa dessa brincadeira do autor de ser o que não é, a Fliporto decidiu esse ano homenageá-lo na parte infantil.


          A programação da Fliporto está toda disponível no site, inclusive a programação infantil. Não deixem de conferir!!!

Edição de Texto: Raphael Lima

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Festival Internacional de Teatro de Objetos


          Do dia 11 ao dia 13 de Novembro de 2011, o Recife receberá o Festival Internacional de Teatro de Objeto (FITO) no Marco Zero. Pernambuco é o primeiro estado do Nordeste a receber o evento que é uma realização do Serviço Social da Industria (SESI-PE).
          Para abrigar o evento vai ser montado no Marco Zero uma estrutura cinematográfica especial, além de teatros climatizados, quatro mini-salas de espetáculos e cenografia interativa.
          O festival também vem acompanhado de Oficinas, conferencias e desfiles performáticos.
          Para quem não vai poder conferir o festival pessoalmente, pode acompanhar tudo que acontecerá em tempo real pela internet, pelo Facebook (http://www.facebook.com/fitofestival) ou pelo Twitter (http://twitter.com/#!/@fitofestival
         
 Mais informações sobre o Festival acesse o site do Evento: http://www.fitofestival.com.br/2011/festival

Não Percam!!

Edição de texto: Raphael Lima

Guilherme Augusto Araújo Fernandes

Era uma vez um menino chamado Guilherme Augusto Araújo Fernandes e ele nem era tão velho assim.
Sua casa era ao lado de um asilo de velhos e ele conhecia todo mundo que vivia lá.
Ele gostava da Sra. Silvano que tocava piano.
Ele ouvia as histórias arrepiantes que lhe contava o Sr. Cervantes.
Ele brincava com o Sr. Valdemar que adorava remar.
Ajudava a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
E admirava o Sr. Possante que tinha voz de gigante.
Mas a pessoa que ele mais gostava era a Sra. Antônia Maria Diniz Cordeiro, porque ela também tinha quatro nomes, como ele.
Ele a chamava de Dona Antônia e contava-lhe todos os seus segredos.
Um dia, Guilherme Augusto escutou sua mãe e seu pai conversando sobre Dona Antônia.
- Coitada da velhinha - disse sua mãe.
- Por que ela é coitada? - perguntou Guilherme Augusto.
- Porque ela perdeu a memória - respondeu seu pai.
- Também, não é para menos - disse sua mãe. - Afinal, ela já tem noventa e seis anos.
- O que é memória? - perguntou Guilherme Augusto.
Ele vivia fazendo perguntas.
- É algo de que você se lembre - respondeu o pai.
Mas Guilherme Augusto queria saber mais; então, ele procurou a Sra. Silvano que tocava piano.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo quente, meu filho, algo quente.
Ele procurou o Sr. Cervantes que lhe contava histórias arrepiantes.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo bem antigo, meu caro, algo bem antigo.
Ele procurou o Sr. Valdemar que adorava remar.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz chorar, meu menino, algo que o faz chorar.
Ele procurou a Sra. Mandala que andava com uma bengala.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que o faz rir, meu querido, algo que o faz rir.
Ele procurou o Sr. Possante que tinha voz de gigante.
- O que é memória? - perguntou.
- Algo que vale ouro, meu jovem, algo que vale ouro.
Então Guilherme Augusto voltou para casa, para procurar memórias para Dona Antônia, já que ela havia perdido as suas.
Ele procurou uma antiga caixa de sapatos cheia de conchas, guardadas há muito tempo, e colocou-as com cuidado numa cesta.
Ele achou a marionete, que sempre fizera todo mundo rir, e colocou-a na cesta também.
Ele lembrou-se, com tristeza, da medalha que seu avô lhe tinha dado e colocou-a delicadamente ao lado das conchas.
Depois achou sua bola de futebol, que para ele valia ouro; por fim, entrou no galinheiro e pegou um ovo fresquinho, ainda quente, debaixo da galinha.
Aí, Guilherme Augusto foi visitar Dona Antônia e deu a ela, uma por uma, cada coisa de sua cesta.
"Que criança adorável que me traz essas coisas maravilhosas", pensou Dona Antônia.
E então ela começou a se lembrar.
Ela segurou o ovo ainda quente e contou a Guilherme Augusto sobre um ovinho azul, todo pintado, que havia encontrado uma vez, dentro de um ninho, no jardim da casa de sua tia.
Ela encostou uma das conchas em seu ouvido e lembrou da vez que tinha ido à praia de bonde, há muito tempo, e como sentira calor com suas botas de amarrar.
Ela pegou a medalha e lembrou, com tristeza, de seu irmão mais velho, que havia ido para guerra e que nunca voltou.
Ela sorriu para a marionete e lembrou da vez em que mostrara uma para sua irmãzinha, que rira às gargalhadas, com a boca cheia de mingau.
Ela jogou a bola de futebol para Guilherme Augusto e lembrou do dia em que se conheceram e de todos os segredos que haviam compartilhado.
E os dois sorriram e sorriram, pois toda a memória perdida de Dona Antônia tinha sido encontrada, por um menino que nem era tão velho assim.

Escrito por Mem Fox
Ilustrado por Julie Vivas

domingo, 6 de novembro de 2011

E viveram felizes para sempre... Será?



Durante toda a minha infância eu vi as histórias infantis terminarem com o príncipe e a princesa se casando e vivendo felizes para sempre!!! Ops, mas pera ai... Você já se perguntou alguma vez o  que acontece depois do “felizes para sempre” de uma história? O que acontece com o príncipe? E com a princesa? E por que casar é sempre o final feliz? Vivemos hoje numa sociedade onde as famíias não são necessariamente a mamãe, o papai e filho. Que nem sempre o casamento é o felizes para sempre. Me fiz essas perguntas algumas vezes e terminei tendo algumas idéias:

©       Que tal começar a história depois do felizes para sempre? Começar pelo fim! É como se fosse a mesma história da nossa infância, só que num segundo capitulo! Tipo: “Era uma vez uma princisa chamada Branca de Neve, que morava num lindo castelo no meio da floresta com seu príncipe e com seus sete amiguinhos anões...”
©       Deixar que as crianças criem a história também é legal, elas adoram participar e tem uma criatividade incrível, elas são capazes de dar o final ainda melhor que o autor da história.
©       Contar história, ler histórias e ouvir histórias também é uma grande brincadeira, com um grupo de crianças mais velhas (a partir dos 6 anos mais ou menos) pode haver também um jogo que tente dar um fim a história sem dizer o tão famoso”felizes para sempre”

Bem, não estou aqui fazendo campanha contra o fim das histórias, contra o “felizes para sempre”, acho até legal que depois de tudo dar errado num romance, no fim, tudo terminar bem. A idéia é talvez sair um pouco do esperado, brincar com as histórias e talvez deixar aquela história já tão manjada com um ar de novo. Lembre, a curiosidade pelo que vem depois faz a história ficar empolgante.




Edição de texto: Raphael Lima

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ouvidos Dourados, a arte de ouvir as histórias (...para depois contá-las...)


         Para você que quer começar a entrar nesse mundo de Contar Histórias, aconselho que leia o livro "Ouvidos Dourados, a arte de ouvir histórias para depois conta-las" de Jonas Ribeiro! Esse livro é ótimo para quem está começando, pois ele dá dicas de repertório, de maneiras de se comportar perante os ouvintes e até mesmo de como conquistar esses ouvintes, Jonas Ribeiro propõe reflexões e técnicas de como contar uma história!! O livro tem uma linguagem fácil de entender, além de ilustrações divertidas de Márcia Széliga!

         Como o título do livro já diz, a base da técnica de Contar História é você ser um bom ouvinte, antes mesmo de ser um bom contador! É um dos primeiros exercícios que um futuro Contador de Histórias precisa fazer: ouvir, saber ouvir, antes mesmo de falar!
         O livro é da editora Ave Maria, custa pouco e está a venda nas grande livrarias:

Livraria Cultura
Livraria Saraiva

Edição de texto: Raphael Lima

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Repertório e a maneira de apresentar

            Um repertório leva tempo para ser formado, pois essa formação ocorre a partir da leitura e releitura de um livro, da soma com outros livros, com suas vivências, só dessa forma se dá um bom repertório. Sua vivência, seu relacionamento com a literatura infanto-juvenil tem que ser saudável, verdadeiro e gostoso.
            Para se ter um bom repertório é necessário se ter uma diversidade de material para contar, uma diversidade de assuntos, de temas, como lendas, mitos, ficções, poesias, contos de fada, livros de imagens, adivinhas, fábulas e adequar esses materiais para cada faixa etária.         
            A escolha da maneira que se vai apresentar uma história é tão importante quanto a escolha do repertório, afinal, se a apresentação não agradar aos ouvintes, eles não terão interesse em ouvir a história, dessa forma, não vai adiantar um bom repertório se não há um público para ouvi-lo.
            O suspense é sempre um grande aliado nas apresentações, seja lá uma apresentação de um livro, ou de um presente ou até mesmo de uma fofoca. Todo mundo já deve ter passado por aquela situação na qual alguém diz que precisa falar com você depois, isso geralmente nos deixa curiosos, imaginando o que será que aquela pessoa tem para nos dizer. Isso mesmo ocorre quando se vai contar uma história para uma criança, por exemplo, o suspense também a deixa curiosa, e desejando ouvir tudo até o final. A idéia do suspense antes de começar a contação é exatamente deixar o ouvinte na expectativa, no desejo, na vontade de saber, dessa forma valorizando o que vai ser contado, valorizando o nosso produto.


Edição de texto: Raphael Lima